"morte é transfiguração pela imagem de uma rosa"
(Helder)
(Helder)
Está mais uma vez o corpo a não conter-se,
a fronte polida nas cores quentes da escrita,
o cérebro em sangue. No desespero do amor pelas mãos,
pelos dedos,
no arado dos nervos do mundo,
deita-se.
Mais uma vez, o corpo por sobre seu luxo.
Colheita das árvores de memória e ódio, deita-se
como a gravitar em torno de si o cataclisma interior,
canção do corpo. O cérebro rítmico,
escuta do corpo,
os nervos dependurados. Deita-se.
À tarde, a modelar arquipélagos, em movimento.
Alimenta-os a matéria rude das guerras silenciosas,
por sobre a fronte.
À tarde, os nervos.
Vocação insular da obra.
Escreve-se a morte pétala a pétala.
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