Sunday, July 29, 2007

lixofonias 1. pela casa o som dos inseticidas uma quase polifonia em construção - no início era o som, a voz, o coro [antes até da afinação], de um alfabeto desastrado do fogo / da violência / do tesão, ("alguma coisa quase, mas nem tanto"). 2. Deito-me, levanto-me, penso que é enorme cantar (...) os clavicórdios, tragam os clavicórdios. existe um alfabeto caído, do plágio / da máquina embaralhadora de plugins / do código de barras: (voz de um super heroí de sabão em pó): - Sequestraremos as legibilidades vomitadas, e todo ruído será um slogan. Para que se encene a era dos slogans eletroacústicos. 3. O coro se escorrega todo em sujeira de microtons, eis o liquidificador, o totem, e novamente o alfabeto assimétrico do lixo, disseram sugerir as inflexões da voz, as imagens "de digestão", "de dilatação", "de movimentação", "de respiração" ("à sua extraordinária desordem preside o pensamento"), disseram ser a dança uma reação ao medo, e a necessidade e a vontade do canto o amor pela punhalada, de trazer à voz um lugar, uma casa para se aplicar e desenvolver as sensibilidades do corpo. (voz de crooner): - E o som dos mosquitos não resistirá às mágoas desse inseticida. e deu-se a dizer da barroca culinária sonora daquelas pedras, de um desajeitamento quase proposital, afinal não é apenas isso a que se dão fazer? (quando da multiplicidade), e na verdade que se diga que vão rolar os adultérios, a festa, dizem, chamem os clavicórdios!, chamem os clavicórdios!, e todos os mosquitos da casa.




em ACasa fala #2
por graveola e o lixo polifônico, em residência n´ACasa
39o Festival de Inverno da UFMG. Diamantina, julho de 2007

www.myspace.com/graveolaeolixopolifonico