água, o poema nas costas
O corpo novamente fábula. Vêm as nuvens morder-nos a cara:
- Quando no abismo dos seus dois peitos brancos tento salvar-me, na música. Folk songs que rodam nesse quarto, rodam e rodam, laugh and cry and cry, and...
Os joelhos.
São suas costas brancas, de tão brancas quase sujas, o erro, o gozo, trouxe ao seu peito as dores feitas em água, diluídas, escrevo em tinta azul o sono nas suas costas.
Novamente, a fábula do abismo que roda em poucos acordes e uma voz turva e o corpo branco nessa manhã.
- Deslizamos até a claridade, seca o branco das suas costas sujas. Desfazemos o mundo na nossa própria água, até a claridade,
em nossas outras canções
que são possíveis,
que são.
Suas costas, o poema que escrevo. A dor que dorme.
O poema que nasce.
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