Friday, June 01, 2007

reminiscências, I

A casa musicalmente vazia me absorve os dedos

como aos farelos sobre a mesa.

Também o vinho.

Olhos recortados na superfície das janelas,

maçanetas me agridem a memória.

O cheiro permanecido dos quartos,

pertencimento diluído quase por completo.

Estrangeiro

de voz desfeita inteira pelo caminho,

sempre a vontade das terras primeiras, na língua e no tato.

A avó e o irmão,

poema caído:

- Vou-me por sob as árvores que foram de minha mãe

e deixo as semanas, novamente.