Monday, September 03, 2007

I


Ouvir morrer o mar por sob a pele, toda a água epidérmica
revolvida à exaustão.
As garotas que guardam os meses levantam-se na água,
guardam os meses nos peitos,
o sal lhes invade a percepção, vê-se
as garotas invadidas, docemente, na pele
dos meses frios,

lembrar, é preciso dizer novamente a organização daquela frase,
devolver à água o amargor pequenamente cantarolado das
?????????????????????????????????????????????[garotas,

ao cultivar do choro, ao cultivar do canto,

revolver a epiderme dos meses cantados, é preciso sentir frio,
perceber o frio como a uma estação do corpo,
como uma sutil invasão das delicadezas,

transportar o fogo nas mãos,

ouvi-lo. E tantos líquidos a se avizinhar do som, pelo fogo,
na melodia besta das garotas,
que guardam os meses na pele, a melodia rouba os avermelhados
?????????????????????????????????????[ao coração,
rouba das mãos algum tato, traz à pele o cheiro doce
das garotas invadidas pelo sal, pelo choro, os seus peitos
?????????????????????????????????????????[mordidos
pelo mar beijam-lhe a boca toda e a língua, gemem,
choram a graça dos meses frios,
deslizam até a claridade,
levantam-se da água para morrer brancas.